NA VAGA DE ROHMER
Porquê Vaga? Porquê Rohmer? Poderia ser como que uma homenagem à Nouvelle Vague e a um dos seus principais mestres, Éric Rohmer, mas não é bem isso, apesar de também ser isso.
Éric Rohmer, realizador francês, figura incontornável do movimento Nouvelle Vague, com Truffaut, Godard, Varda, Resnais, entre outros, é o grande responsável disto tudo. Depois do encanto com Woody Allen e do fascínio com Ingmar Bergman, conheci Rohmer e completou-se uma espécie de trilogia suprema do meu cinema: muitas conversas, envoltas em muitas reflexões; trivialidades mundanas; existencialismo; moral; filosofia; acaso; religião; amores não correspondidos ou travados; desejo, com ou sem consumação; angústia; relação entre pessoas e lugares; dicotomia cidade – campo ou subúrbios; imaginação e realidade. A tudo isto, o cinema de Rohmer acrescentou um traço marcadamente poético nos diálogos, alicerçado num realismo profundo e vincado, quer pela fervilhante vida das ruas daquela Paris, quer pelos bucólicos cenários dos campos fora da urbe, quer ainda pelas praias da Bretanha. O cinema de Rohmer despertou-me a vontade de escrever sobre filmes; e, por outro lado, apontou-me o caminho para a necessidade de um alargar do meu cinema, sempre num pendor R.E.R.R. (Realista-Existencialista-Reflexivo-Relacional).
O NA VAGA DE ROHMER apresenta escritos sobre filmes: filmes de hoje; filmes de ontem; filmes de sempre. Os escritos repartem-se por 3 VAGAS:
DA VAGA DE SALA: filmes em exibição no Cinema (visionados em Sala);
DA VAGA REALIZADOR DO MÊS: filmes de um Realizador que escolhemos para aprofundar a cada mês (visionados em Sala ou em Casa)
DA VAGA DE CASA: filmes que nos ficaram na retina (visionados em Casa)
Falo-vos no plural porque, apesar do arranque ser a solo, estou certo de que o NA VAGA DE ROHMER contará em breve com outros mais a deixarem os seus escritos.
STÉPHANE PIRES
Apaixonado por um certain cinéma - R.E.R.R. (Realista-Existencialista-Reflexivo-Relacional);
licenciatura em Comunicação Social pela Universidade do Minho;
livros que (além dos bons filmes) mais ajudaram:
- Tu e o Cinema, Franz Weyergans
- A Arte do Cinema, Rusolf Arnheim
- Compreender o Cinema e as Imagens, René Gardies
- O Cinema que faz escrever: textos críticos, Serge Daney
- Signos e Significação no Cinema, Peter Wollen
- Os filmes da minha vida, João Benard da Costa
- A Câmara Clara, Roland Barthes
«No dia em que conseguirmos ver imediatamente a diferença entre um filme que se desenvolve pelas imagens e um filme que se desenvolve pelo argumento, nesse dia conseguimos compreender o cinema».
Franz Weyergans, Tu e o Cinema